Grande entrevista com Hugo Carvalho

Caixeiros Desportivo: O que é que o levou a aceitar o Projecto dos “Caixeiros”, sendo o Hugo um jogador que fazia parte dos quadros de um clube de referência nacional como o Sporting C.P ?
Hugo Carvalho - Basicamente a questão prende-se no seguinte. Eu estava há 4 anos no Sporting. No meu primeiro ano jogava nos juniores mas já treinava quase sempre com os seniores, o que acabou por se tornar bastante proveitoso, porque jogava mais anos seguidos com os mesmos jogadores e com mudança de treinadores, e tudo mais. As apostas não foram surgindo, e o tempo vai passando, e apesar de ser ainda um jogador jovem, vi que estava na altura de dar o passo. Passar para os seniores deu-me muito mais experiência e vi que isso me ajudaria a tornar um jogador mais preparado para jogar ao mais alto nível. Surgiram outras hipóteses, mesmo em termos do Campeonato da Liga, mas acabei por vir para os “Caixeiros”, porque me pareceu um projecto arrojado e ambicioso, e até agora não estou nada arrependido.

CD - Qual o balanço que fazes dos quatro meses que tens como jogador dos “Caixeiros”?
HC - Estamos em primeiro lugar. Ainda não perdemos, empatámos dois jogos e isso não é nada mau! Apesar disso, tenho noção que ainda há muito por fazer. Acredito que a equipa possa vir a ter um rendimento ainda melhor do que nos encontramos presentemente. E não tenho dúvidas, que o que fizemos até agora foi muito bom, mas ainda podemos fazer muito melhor, tanto nos resultados como na classificação. E somos claramente melhor que os outros que nos acompanham neste Campeonato.

CD - Apesar de estares num clube de dimensão média, pensas no final do Campeonato ter aspirações mais altas, como mudar de clube, por exemplo?
HC - É claro que faz parte das ambições de qualquer jogador pensar nessas hipóteses. Como já referi, sou um jogador com 22 anos, mas provavelmente já passei por muitas coisas que se calhar muitos jogadores desconhecem. Não sei como irá ser, mas há coisas que podem surgir, como quando escolhi vir para os “Caixeiros”. Espero estar melhor e se houver pessoas que queiram falar comigo e se sentir que é bom para a minha carreira, mas também não deixar mal as pessoas que confiaram em mim; aí terei de pensar e optar pelo melhor. Apesar de considerar que não estou ao mais alto nível, tenho que trabalhar e pensar agora só em ajudar os “Caixeiros” e no final do Campeonato logo se verá.

CD - Quais as expectativas a nível individual e colectivo que tens para a época em curso?
HC - Em relação a mim, as coisas neste momento não estão muito bem. Tive uma lesão grave e apesar de estar a recuperar bem, ainda me faltam sensivelmente duas semanas para atingir os níveis ideais. Quando da lesão estava num nível satisfatório, estava contente comigo mesmo. Agora vai acabar a primeira volta do Campeonato e vai haver um interregno que irá de certa forma ajudar na minha recuperação. Em relação á equipa, como já referi, podemos melhorar ainda muita coisa. Com as pessoas que foram aparecendo e o regresso do Júlio, a equipa melhorou bastante. E com o esforço de todos, acho que temos equipa para alcançar os objectivos.

CD - Com a experiência que tens de andebol ao mais alto nível, onde pensas que os “Caixeiros” poderão chegar?
HC - Penso que o objectivo no início da época era ficar nos três primeiros lugares. No início, pessoalmente, fiquei com um pé atrás. Porque no ano passado eu já jogava nesta divisão, a ex-Elite, e conhecia basicamente todas as outras equipas. Sabia que não ia ser fácil, e fiquei na dúvida. Agora, estamos quase no final da primeira volta, já jogámos com as equipas de topo e as coisas correram-nos bem. Apesar de saber que por vezes com as equipas que estão no fundo da tabela é que se perdem pontos, e não há jogos fáceis. Penso que temos todas as condições de lutarmos para sermos campeões, não perdendo a humildade que nos tem caracterizado, e há que assumir, com os pés assentes na terra e continuar com a qualidade que temos vindo a mostrar e fazer o melhor que conseguirmos, que é sermos campeões.

CD - Por último, define em poucas palavras este grupo de trabalho.
HC - Por poucas palavras não é muito fácil descrever. É difícil de explicar porque noto que o grupo tem o espírito de algumas equipas que já joguei há alguns anos. Tem um espírito muito forte e jovem. E isso fez com que surgisse um envolvimento muito bom não só no balneário como também dentro do campo, nos treinos e nos jogos. E penso que esse irá ser, sem dúvida alguma, o nosso segredo para o sucesso no Campeonato.

Por: Paulo Pires

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